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Envenenadores não desistem de matar animais em Ribeirão


Os matadores agem sempre, não desistem nunca; a matança individual, porém, passa despercebida


A matança de animais nas ruas de Ribeirão Preto não é de agora. Se em 8 de maio morreram quase 50 bichos, entre gatos, cães e gambás, o envenenamento individual por chumbinho é feito aos poucos, em ação constante, persistente.

Caso triste, na Vila Seixas, foi o da morte do gato Chiquinho, em dezembro do ano passado. A lembrança ainda arranca lágrimas de Fausta Helena de Oliveira, 40 anos. Eram seis da manhã do dia 28, quando o bonito gato amarelo de raça indefinida, saltou da cama de Fausta, pulou o muro e ganhou a rua. Às 6h45, como de costume, ela abriu a portão para o vira-lata Meninão curtir seu passeio matinal e saiu atrás de Chiquinho. Não precisou andar nem vinte metros. Chiquinho estava estirado, perto do alpendre da casa da vizinha.

Chorando muito, com Chiquinho nos braços, Fausta andou para cima e para baixo, em busca de resposta para tamanha violência. Seu desespero acordou e emocionou os vizinhos.

No mesmo dia, foi confirmada a morte por envenenamento. Ela levou o fato à polícia, mas até hoje não se apurou nada.

Fausta precisou tomar remédios. Mas o cão Meninão, oito anos, criado com Chiquinho, não latia mais, não queria mais sair.

Aconselhada por veterinários, Fausta adotou os gatos Bernardo e Sofia. Só assim para Meninão melhorar. Não tem ainda a mesma amizade que mantinha com Chiquinho, mas já brinca muito com Bernardo e Sofia - novos amigos.

Gato já supera cão nos  EUA e países europeus

Gelson Genaro, 50, médico veterinário formado na Unesp de Jaboticabal e professor de Fisiologia e Comportamento da Faculde Barão de Mauá, diz que os gatos já tomaram lugar dos cachorros nos EUA e na Europa. Ele prevê esse avanço, em breve, no Estado de São Paulo e, especialmente, em Ribeirão Preto. Mas, se os gatos são tão bem-vindos, como se explicam matanças como essa?

O professor Gelson diz que o gato, como a coruja e a serpente, eram usados como símbolos de religiões antes do Cristianismo, até quatro mil anos atrás. E quando o Cristianismo tornou-se a religião preponderante na Europa Ocidental e Oriental, os símbolos dessas religiões antigas, passaram a ser demonizados.

'O gato é visto como animal desprezível. Se você compará-lo com o cão, o símbolo da amizade, da fidelidade, o gato surge como animal arredio, independente, que vive na noite, obscuro. Isso carrega uma atmosfera prejudicial para o animal', diz o professor Gelson. Para ele, o que aconteceu no Morro de São Bento, porém, não foi, um ato isolado, de 'higienização'. Reflete o abandono dos bichos.

'Na verdade, se as pessoas cuidassem de seus animais, isso não iria existir. Não se pode esquecer que os gatos do Morro do São Bento foram abandonados ali'. 

Reprodução rápida

O veterinário diz que a população de gatos cresce rapidamente. 'A fêmea, com sete, oito meses já pode engravidar. A gestação gira em torno 57 a 68 dias e nasce uma média de quatro crias. Ela desmama os filhotes em dois, três meses. Em um ano, ela pode parir três vezes. Existe fêmea que engravida dois ou três dias depois de parir. Então, enquanto ela está alimentando uma ninhada, já pode estar gestando outra. São animais de ovulação reflexa, diferente de outras espécies. A gata precisa copular para ovular. Esse mecanismo otimiza muito a reprodução'. 

Ruídos selvagens
Os gatos são ruidosos, o que irrita muita gente. Mas porque eles miam tão alto e de madrugada? O professor explica: 'Os machos vocalizam quando lutam entre si. A fêmea também vocaliza chamando o macho ou durante a cópula. Isso é muito próximo da reprodução de animais selvagens. O gato permanece com essa característica.' 

Inveja 
Pergunto ao professor se o homem inveja a liberdade e a agilidade do gato. Ele acha que sim. 'Muito provavelmente. O homem tem frustação com vários animais. Desde o cavalo (atleta), o touro com sua valentia, o gato com essa agilidade. Os animais que possuem características de independência nos machucam. São interpretações que a gente dá...'

Perguntas e respostas
- Como gato se comporta durante 24 horas? 
- É um animal crepuscular. O final da tarde e o início da manhã são períodos de grandes atividades para eles. Vão se encontrar, se alimentar, fazer as necessidades fisiológicas, brigar, namorar. Durante o dia e parte da noite, eles dormem até 14 horas. 

- Dos gatos de Ribeirão, a maioria é de raça indefinida?
- Sim. Os animais mortos no Morro do São Bento e em condomínios não têm raça definida. Os de raça definida são minoria.

- Os gatos chegaram ao Brasil quando?
- Com os europeus e a maioria dos animais domésticos, como cavalo, bois. E se adaptaram bem conosco mas vivem uma relação e amor e ódio.

- Qual o futuro do gato no relacionamento com o homem?
- O gato está crescendo muito como animal de companhia. Nos próximos anos, no Estado de São Paulo, incluindo Ribeirão Preto, o gato vai superar o cão. Isso já está acontecendo nas principais cidades da Europa e dos Estados Unidos. No mundo ocidental, está ficando cada vez mais difícil manter um cão. Os quintais estão sumindo  e as pessoas optando por morar em apartamentos. E o animal mais adaptável a essa nova realidade é o gato, que não precisa de muito espaço.


Fonte: EPTV.COM - Publicado neste site em 23/05/2011


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