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Cães e gatos vítimas de abandono lotam Centro de Zoonoses de Natal

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Nem mesmo a fama de melhor amigo do homem é capaz de livrar os cães do abandono, um problema que afeta a maioria das grandes cidades do País. Os animais deixados nas ruas ficam sujeitos a maus-tratos e podem ser tornar vetores de zoonoses, e o motivo muitas vezes é causado pela posse irresponsável dos donos. Em Natal (RN), somente de janeiro a março deste ano, o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) chegou a recolher 809 animais deixados nas ruas da cidade ou até mesmo na porta do centro.

Os riscos dessa prática não são apenas para os animais, mas também para a população que corre o risco de contrair enfermidades simples na pele e verminoses, além de doenças mais severas como a leishmaniose (calazar), hepatite ou raiva. Outro fator é o risco de acidentes de trânsito. Segundo explica o diretor do CCZ Natal, Alessandre Medeiros, os cães são abandonados e recolhidos, na maioria das vezes, quando ficam doentes ou quando a família por algum motivo não pode mais criá-los.

Com capacidade para atender em torno de 10 animais com suspeitas de zoonoses o CCZ Natal trabalha acima do limite. São apenas cinco boxes coletivos para cães e nove gatis individuas. O órgão não disponibiliza a estrutura necessária para atender às demandas ambulatoriais, contando apenas com um departamento clínico e veterinários que se revezam em plantões.


“O local seria o adequado para animais considerados um risco à saúde da população, no entanto, vem recebendo outra demanda. Nós recolhemos porque muitas vezes as pessoas acabam deixando o animal do lado de fora do centro que pode acabar gerando um problema de zoonoses. Preferimos manter eles aqui porque pelo menos tem água e alimento e não ficam jogados na rua. Eu sei que as instalações não são o que nos desejamos, mas o problema é que estamos recebendo uma demanda que não é a nossa”, diz Alessandre Medeiros.

Ainda segundo Alessandre, existem casos que a doença do animal tem cura com o tratamento, mas por qualquer motivo que seja no lugar de tratar dos animais algumas pessoas os descartam no CZZ.  “Muitos acabam falecendo por falta de tratamento, já que nosso centro não é o local adequado pra isso. O papel do CCZ é controlar e monitorar as zoonoses do Município e não fazer o recebimento de cães que não estão com a raiva ou o calazar”, diz Medeiros.

Ele ressalta também que a guarda responsável é um fator que deve ser trabalhado junto à população. “Se eu escolhi um animalzinho devo cuidar dele desde que eu o adquiri até o fim da vida, essa é a imagem de um animal que é de estimação e que tenho carinho. Mas se alguém que vem deixar ele aqui ou abandona na rua a imagem que nos passa é que não tem carinho”, desabafa. “É preciso que a população veja os animais como seres vivos e não objetos que são descartados quando não lhes servem, eles precisam ser respeitados até o final da vida”, acrescenta.


EUTANÁSIA - Dos 809 animais recolhidos pelo Centro de Zoonoses de Natal nos últimos três meses, 709 foram diagnosticados com zoonoses e passaram pelo procedimento da eutanásia. O diretor do CCZ afirma que o procedimento é indicado por lei em situações em que o bem-estar do animal estiver comprometido de forma irreversível, sendo um meio de eliminar a dor ou o sofrimento dele, os quais não podem ser controlados por meio de analgésicos, sedativos ou de outros tratamentos,ou ainda se o animal, constituir ameaça à saúde pública. 

“Primeiramente, o cão é anestesiado, como se fosse passar por uma cirurgia, e depois recebe uma injeção com os medicamentos que provocam uma parada cardíaca ou respiratória. O cão morre dormindo, e não sente dor”, explica o veterinário do CZZ Natal, Joussié Maia. Ele é o responsável por realizar a eutanásia nos animais soropositivos para leishmaniose.

Ele revela ainda, que a eutanásia de cães acontece duas vezes por semana no centro de zoonoses de Natal, e que todo o procedimento é padronizado pelo Ministério da Saúde. Mesmo assim afirma que não gosta de realizá-lo “Eu não gosto de fazer, pois meu papel é salvar a vida dos animais e não retirá-la, mas é necessário, pois em alguns casos o cão ou gato com zoonose representa um risco para a saúde pública”, comentou.

POLÊMICA - Na última quarta-feira (3), uma polêmica nas redes sociais sobre a suposta  eutanásia de cães sadios  que estavam no CCZ  adiou o procedimento. Os testes clínicos foram refeitos em de 50 dos 87 cães abrigados que passaram pelo teste, 31 foram identificados como soropositivos para o calazar  e foram serão eutanasiados.

Em nota, a secretaria Municipal de Saúde (SMS), pasta a qual o CZZ é ligado, informou que “o CCZ tem entre as suas atividades a vigilância das zoonoses, das doenças de transmissão vetorial e dos agravos causados por animais de importância médica. Seguindo normas preconizadas pelo Ministério da Saúde, os animais recolhidos recebem atendimento veterinário e alimentação e, quando saudáveis, são disponibilizados para adoção. Só é adotado o procedimento padrão da prática de eutanásia em animais que apresentem doenças como a Leishmaniose visceral, a Raiva ou Calazar, doenças endêmicas na nossa região”, diz a publicação.

Ainda na nota, a SMS informou que o CCZ está aberto à visitação. Os cães sadios vão permanecer no centro e estão disponíveis para a adoção. Os interessados em levar um animalzinho pra casa, não apenas cães, mas também gatos podem ir pessoalmente ao centro, que fica localizado na Avenida das Fronteiras, no conjunto Santa Catarina, Zona Norte, que está aberto de domingo a domingo.

De janeiro a março, cem animais foram adotados pela população no Centro de Zoonoses de Natal. Mais informações sobre a adoção e o funcionamento do CCZ pelos telefones: (84) 3232 -8237 ou  (84) 3232- 6135.


Fonte: NE10 - Publicado neste site em 19/04/2013


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