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Fármaco melhora imunidade de cães com leishmaniose

Droga brasileira imunomoduladora conhecida como P-MAPA já mostrou resultados promissores contra alguns tipos de câncer e de doenças infecciosas

Cachorro doente

Ao final do tratamento, os cães tratados com P-MAPA mostraram redução na carga parasitária de cem vezes comparado ao observado no início do tratamento

São Paulo – Estudo publicado recentemente na revista Acta Tropica mostrou que um fármaco desenvolvido no Brasil e batizado de P-MAPA (abreviação de agregado polimérico de fosfolinoleato-palmitoleato de magnésio e amônio proteico) melhorou o estado clínico e a imunidade de cães com sintomas de leishmaniose. Segundo os pesquisadores, a droga poderia ser usada como adjuvante no tratamento convencional.

A pesquisa foi realizada na Faculdade de Medicina Veterinária de Araçatuba (FMVA), da Universidade Estadual Paulista (Unesp), e contou com apoio da FAPESP.

Foram selecionados 20 animais que apresentavam pelo menos três sinais característicos da doença, entre eles emagrecimento acentuado, alopecia, crescimento anormal das unhas e lesões de pele, em especial na ponta das orelhas.

Após a confirmação do diagnóstico, os cães foram separados em dois grupos. Metade foi tratada com injeções intramusculares de P-MAPA durante 45 dias. A outra metade recebeu apenas placebo durante o mesmo período.

“O grupo tratado apresentou uma clara melhora clínica, especialmente relacionada ao ganho de peso e massa muscular, recuperação das lesões cutâneas e crescimento de pelos em áreas de alopecia. Também analisamos uma série de parâmetros para ver se a imunidade celular havia aumentado”, contou Valéria Marçal Felix de Lima, professora da FMVA e coordenadora da pesquisa.

Nos animais infectados, contou a pesquisadora, a imunidade celular tende a diminuir à medida que a doença progride, o que favorece o aumento da carga parasitária.

Para verificar se a droga era capaz de evitar esse quadro, os pesquisadores realizaram uma biópsia de pele da orelha dos animais e analisaram a carga parasitária nas amostras por um método conhecido como PCR em tempo real (reação em cadeia da polimerase, na sigla em inglês).

Ao final do tratamento, os cães tratados com P-MAPA mostraram redução na carga parasitária de cem vezes comparado ao observado no início do tratamento. Além disso, comparado ao grupo controle, o tratamento com P-MAPA estimulou cinco vezes mais a produção de uma citocina chamada interferon gamma (IFNγ), responsável por ativar as células de defesa e favorecer o combate ao protozoário causador da doença.

O tratamento, por outro lado, reduziu em cerca de três vezes a quantidade de outra citocina chamada interleucina 10 (IL-10), capaz de desativar as células de defesa e permitir a proliferação do patógeno.

Para Lima, os resultados sugerem que o P-MAPA poderia ser usado como auxiliar no tratamento da leishmaniose em cães.

“As drogas hoje disponíveis não conseguem eliminar o parasita totalmente. O cão fica sujeito a recaídas. Além disso, são muito tóxicas para os animais”, contou a pesquisadora.

Até pouco tempo atrás, a legislação brasileira proibia o tratamento de cães infectados pelo protozoário Leishmania chagasi, pois acreditava-se que o sacrifício era a melhor forma de evitar a transmissão para humanos, que ocorre pela picada do mosquito-palha (Phlebotomus pappatasi). “Mas a legislação está se tornando mais flexível e aceitando o tratamento dos animais”, contou Lima.

Embora no artigo publicado na Acta Tropica os pesquisadores não tenham explorado os mecanismos de ação do medicamento, estudos anteriores mostraram que ele é capaz de estimular determinados receptores celulares relacionados à imunidade inata.

Considerado um imunomodulador, o P-MAPA já demonstrou resultados promissores no combate a alguns tipos de câncer e a outras doenças infecciosas, como tuberculose e malária. Leia mais em http://agencia.fapesp.br/15913

A molécula foi desenvolvida a partir de substâncias existentes no fungo Aspergillus oryzae pela rede de pesquisa Farmabrasilis – entidade sem fins lucrativos criada em 2001 e constituída por cientistas brasileiros, chilenos, europeus e norte-americanos.


Fonte: Exame.com - Publicado neste site em 23/07/2013



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